Como se preparar para o Regulamento DORA

Blog 11/6/2025

Como se preparar para o Regulamento DORA

Nuno Dias, Managing Partner - Digital Security & Governance na Timestamp, explica-nos como o Regulamento DORA impulsiona uma transformação profunda nas organizações, tornando a resiliência digital num eixo estratégico.

A pressão regulatória já não está apenas na alçada do compliance: é, neste momento, um motor de transformação operacional.

O Regulamento DORA (Digital Operational Resilience Act), ao entrar em vigor em janeiro de 2025, traz consigo uma mudança estrutural para o setor financeiro europeu. É que não basta proteger, é preciso garantir a capacidade para resistir, recuperar e continuar a operar, mesmo perante disrupções tecnológicas sérias.

Num ecossistema em que os ciberataques evoluem em escala e sofisticação, capazes de afetar cadeias de fornecimento, sistemas críticos e, por consequência, a confiança pública, o DORA surge como resposta a um problema sistémico: a falta de resiliência digital transversal.

Esta não é apenas mais uma diretiva. Trata-se de uma regulação com obrigações concretas, prazos definidos e impacto direto no modelo de gestão de risco, governação e infraestrutura tecnológica.

O desafio é real: como transformar este enquadramento legal denso e exigente em planos de ação eficazes, integrados e sustentáveis? Como garantir que as organizações sejam menos reativas perante as ameaças cibernéticas? 

É precisamente a partir desta pergunta que devemos reorientar a abordagem ao DORA. Porque mais do que saber o que o regulamento exige - e já sabemos, o essencial agora é compreender como operacionalizá-lo com visão estratégica, eficácia técnica e compromisso transversal.

1. Modelo de Governo: a Gestão de topo tem de liderar

O cumprimento do DORA começa pela liderança. Criar equipas de Gestão de Riscos Tecnológicos com reporte direto ao Conselho de Administração e promover formação contínua em ciber-resiliência são passos estruturantes. O modelo de segurança Zero Trust já não é tendência: é obrigação.

2. Monitorizar, controlar, responder

A gestão de riscos TIC exige sistemas vivos: monitorização contínua, alertas automatizados e revisões regulares dos planos de continuidade. A lógica é clara, detetar antes de reagir, responder antes de sofrer.

3. Reporte de incidentes: comunicar é mitigar

Uma estrutura clara de notificação aos supervisores nacionais e europeus garante não só conformidade, mas rapidez na gestão de crises. A comunicação interna deve estar sincronizada com os canais formais e ser ensaiada com antecedência.

4. Testar para resistir

O DORA não exige planos teóricos: quer provas. Testes regulares, simulações de crise e auditorias a fornecedores TIC devem ser parte do calendário anual, não exceções. É aqui que a estratégia se encontra com a realidade.

5. Risco de terceiros: a fragilidade invisível

Se a cadeia de fornecimento falha, a operação falha. Há que reforçar o registo completo e atualizado dos contratos com fornecedores, avaliar os riscos de concentração num só fornecedor e garantir que os fornecedores críticos cumprem as diretrizes e recomendações das autoridades competentes, com estratégias de saída que não deixem vulnerabilidades escondidas.

6. Partilhar para fortalecer

Criar redes de cooperação para partilha de informação entre entidades semelhantes, implementar canais internos para alertas regulatórios e participar em fóruns como os promovidos pelo Centro Nacional de Cibersegurança reforçam a capacidade coletiva de resposta. Em cibersegurança, o silêncio não é ouro: é risco.

Cumprir o DORA é também evoluir

Na prática, implementar o DORA significa mudar mentalidades, sistemas e formas de operar. E isso implica investimento que não é apenas financeiro, mas também cultural, estrutural e estratégico. Significa repensar o papel da tecnologia não como suporte, mas como pilar da continuidade do negócio.

Para tal, torna-se crucial para as organizações garantirem que as suas estruturas estão robustas, resilientes e em conformidade regulatória. Só colocando a conformidade em primeiro lugar conseguirão manter-se relevantes neste novo panorama regulatório.

Timestamp: O Parceiro Ideal para o seu Negócio

A conformidade com o Regulamento DORA não é apenas uma obrigação legal - é uma oportunidade de fortalecer a sua segurança digital. 

Na Timestamp, combinamos duas décadas de experiência em cibersegurança com uma equipa de mais de 50 especialistas seniores e parcerias tecnológicas de excelência para guiar a sua transformação digital de forma segura e eficaz.

A nossa metodologia proprietária, testada e validada em múltiplos setores, integra os requisitos do DORA com as melhores práticas de mercado, garantindo uma transição suave e completa para o novo paradigma de cibersegurança. 

Descubra como a Timestamp poderá ajudar a sua organização a navegar o DORA: https://www.timestampgroup.com/oferta/privacy-and-digital-security

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